Após quase dois anos de forte queda na contratação de usinas geradoras de energia, o governo já planeja o cronograma de leilões para o próximo ano e gera expectativa entre as indústrias, que hoje brigam por mais espaço na matriz energética.
Além dos dois leilões marcados para dezembro, há outros dois já previstos para 2018, segundo o Ministério de Minas e Energia.
O primeiro deles deverá ocorrer no primeiro trimestre e vai contratar projetos novos, com prazo de entrega de quatro anos. O segundo terá prazo de seis anos, e ainda não tem data definida.
Ainda não foi definido o volume de energia que será contratado em cada um deles, mas a perspectiva do setor é que ele aumente em 2018, embora ainda não aos patamares anteriores à crise.
A demanda dos leilões é definida pelas distribuidoras, que hoje têm 4,7% de sobra de energia, segundo a Abradee, associação do setor.
Com a retomada da economia e a descontratação de projetos atrasados, a expectativa é que esse excedente seja zerado entre 2021 e 2022, afirma Nelson Leite, presidente da entidade.
Daí a necessidade de voltar a fazer leilões, uma vez que o projeto ganha o certame, há um prazo de anos para que a usina seja construída e possa entregar energia.
Mesmo com a retomada das contratações, a disputa por espaço entre fontes, como eólica, solar, térmica e pequenas hidrelétricas, será acirrada em 2018, afirma Thaís Prandini, diretora-executiva da consultoria Thymos.
O setor de geração térmica pede a realização de um leilão de segurança energética, para garantir o suprimento em casos como a atual crise hídrica, que derrubou o nível dos reservatórios e provocou o acionamento de usinas térmicas a óleo diesel, que são de alto custo.
“Há a necessidade de um leilão para que usinas a gás natural, mais baratas, possam ser utilizadas nessas situações”, diz Xisto Vieira Filho, presidente da Abraget (associação do setor).
As usinas a gás também são apontadas como uma saída para cobrir a intermitência eólica e solar nos períodos em que não venta ou faz sol.
A indústria solar, por sua vez, pleiteia a participação da fonte em todos os leilões previstos para 2018. O setor ficou de fora de um dos certames programados para dezembro, e pede que “não haja discriminação nos próximos”, diz Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, entidade do setor.
Além disso, a indústria pleiteia um novo leilão com prazo de entrega para 2020, as distribuidoras, porém, avaliam que há pouca chance.
Fonte: Folha de SP
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